MORREU ARMANDO SANTOS

Sei que os velhos "gazeteiros" vão passando por aqui e por isso aqui fica a triste notícia: morreu o Armando Santos. O homem que não era apenas o nosso arquivista na Poço dos Negros e no Bairro Alto. Leixonense dos sete costados, veio de Luanda com uma mala cheia de notas que nada valiam e teve de reiniciar a sua vida na margem sul. Onde me acolheu como um pai quando fui trabalhar para Lisboa, ele, a sua esposa e o Vítor (que entretanto também já nos deixou). Para a juventude irreverente que era o nosso grupo, foi sempre uma referência e um amigo. Contei muito com ele para equilibrar a minha vida na capital. A notícia chegou hoje. Fiquei a dever-lhe uma visita, quiçá um telefonema, e fui apanhado mais uma vez em falta. Fica a memória. De um homem bom, disponível, mais jovem do que nós naqueles tempos juvenis onde fazer jornais era um prazer de todos os dias (e, sobretudo, de todas as noites). Tal como o velho Viriato, é mais um do dream team que desaparece fisicamente. Mas que permancerá sempre na nossa pequena história.