A lei das grandes penalidades e as interpretações convenientes

Todos, no futebol, sabem ou devem saber que, para os árbitros, a grande penalidade é a lei de mais difícil resolução e aquela em que decidir mal é sempre um problema acrescentado. Ao longo da época, as estatísticas dizem-nos que o Sporting tem sido a equipa que mais penáltis favoráveis tem tido.
E, no recente Sporting-Benfica, dirigentes leoninos contestaram veementemente Paulo Paraty por não ter marcado grande penalidade quando Léo rasteirou Vukcevic.
Ao longo das últimas décadas, os dirigentes têm-se esquecido de que denegrir e atacar a arbitragem publicamente é meio caminho andado para descredibilizar o futebol.
E não têm acompanhado o espírito de 'fair- -play' e desportivismo que por vezes nos chega de outras paragens, nomeadamente reconhecer quando também são beneficiados por uma decisão incorrecta da arbitragem. Vem isto a propósito do penálti favorável ao V. Setúbal e não assinalado, na final da Taça da Liga. Desta vez, nenhuma voz se levantou no Sporting, que, com essa decisão, chegou aos... penáltis.
E o Sporting voltou a dar-se mal.
Só que, agora, foram os seus futebolistas que falharam. A atitude para com eles não foi idêntica, em termos públicos, à que os dirigentes leoninos tiveram com Paraty.
Não seria mais digno para os clubes e benéfico para o futebol e para a arbitragem, se os erros dos árbitros fossem criticados e punidos da mesma forma como os clubes o fazem quando os têm dentro de portas?