PRODUTOS TÓXICOS

São jornaleiros criados em aviário, ou seja, ou em jornal regional ou em jornal partidário. Subiram na vida graças a várias genuflexões e a um fundamentalismo que fica sempre bem. Notícias só dão quando estas partem de canal oficial e têm a respectiva luz verde. Não são propriamente jornalistas, são mais uma espécie de comissários políticos. Os jornais estão cheios deles. Curiosamente, até lhes oferecem o topo da hierarquia. Enfim, cada um faz o que quer do seu "negócio".

O resultado está à vista.

Vem isto a propósito da reacção calorosa de alguns intoxicadores à notícia de que afinal o procurador Almeida Pereira - que tantos queriam à frente da PJ do Porto - não foi acusado de corrupção. Como se alguma vez tal tivesse sido sugerido. O que aconteceu? Pura e simplesmente, este mesmo procurador é o n.º 2 do DIAP que arquivou uma série de processo do Apito Dourado que mais tarde a equipa de Maria José Morgado reabriu. Ao que consta, ou se fez constar, até é benfiquista, embora tenha sido visto várias vezes em lugares de honra do Estádio do Dragão. E, sim, apesar de benfiquista foi a Sevilha, a convite expresso de Pinto da Costa. Ele que há um ano se preparava para ocupar um lugar no Conselho de Justiça da FPF, o que só não aconteceu porque mais uma vez alguns malandros da classe jornalística, ramo ralé, conseguiram ler para além de um comunicado oficial.

Interessante é verificar que o pudor e desprezo que estes arautos da verdade revelaram durante os 4 anos que se seguiram ao dia 20 de Abril de 2004 seja substituído por todo este alarido apenas a propósito da nomeação de um director para a PJ do Porto e da campanha que dizem ter sido torpe de alguns jornais sobre este mesmo assunto. Aqueles jornais que têm dado ao Apito Dourado a dimensão que este merece, sem medo de tocar seja que poder for.

Ok, entendo a necessidade de cultivar fontes. Só não entendo esta tendência suicida para o abismo mesmo de alguns jornalistas que eu muito prezo. A dor de cotovelo resolve-se com betadine. Quanto ao carácter, nada a fazer. Quem tiver paciência que os ature.