DE VOLTA AO MUNDO REAL


Desculpem o provincianismo mas não resisto a dizer em relação a New York que depois de lá estar é uma das tais situações que nos fazem dividir o tempo em antes e depois. Não estou a falar de JC, santo das pontes (não as aéreas nem as de betão, evidentemente) e padroeiro do prime time por ocasião da quaresma (não confundir com o cigano do FCP). Pois bem, a minha estreia em NY foi abençoada com dois acontecimentos: o escândalo sexual protagonizado pela senhora Dupre e pelo (ex) governador Sptizer e a queda de uma grua que matou 7 pessoas e pulverizou um prédio da rua 47. O sucifiente para entretar os "media" norte-americanos e pelo que agora percebo também os portugueses. O caso é conhecido, resta saber apenas quanto vai ganhar a senhora Dupre, sendo certo que já tem ofertas na ordem dos 500 mil dólares para posar em pelo. Na semana em que me cruzei na rua com Morgam Freemen e durante a qual pude apreciar a generosa Scarlett Johansson a realizar o seu primeiro filme no Plaza Hotel, vi televisão e li jornais. Não foi propriamente um espectáculo deslumbrante mas foi o suficiente para me deixar um tanto ou quanto descoroçoado. De facto, é outra galáxia. A começar pelos pivots dos noticiários e pelos repórteres de vivos. Os homens são mesmo profissionais! Nada de estagiários imberbes ou de estagiárias histéricas. Não. Jornalistas seniores sobretudo, suportados em emissões dinâmicas, curtas, directas. O jornalismo em todo o seu esplendor, embora não isento de exageros. Passando para o plano da escrita, melhor ainda. Textos escorreitos, cheios de pormenores, reportagens desenvolvidas a várias mãos. Por cá costuma-se dizer, à laia de desculpa, que está tudo inventado. A questão é mesmo essa. Por se pensar que está tudo inventado é que as cópias são pífias. O original, meus amigos, é por um lado um deslumbramento e por outro uma frustração. Porque existe a certeza de que por cá...tudo continuará devidamente inventado. Com a diferença de que, no meu caso, haverá um A-NY e um D-NY.

Há, de factos, momentos em que não deviamos sair de casa.