PAINELEIRICES


O Regime Jurídico das Federações Desportivas, apresentado recentemente no Conselho Nacional de Desporto, uma mistura de paineleiros com velhos gagás das federações, confirma o que já se temia: o regresso da arbitragem de élite à Federação Portuguesa de Futebol, bem assim como toda a tutela da justiça desportiva. É certo que a Liga poderá continuar a nomear duas pessoas para a Comissão de Arbitragem (+2 a FPF, +2 as associações de árbitros) mas confirma-se que irá perder um sector que, quer se queira quer não, ajudou a moralizar e a modernizar no último ano. Um esforço que se pode perder se Hermínio Loureiro não suceder a Gilberto Madaíl na presidência da FPF. Oremos para que se assim seja! Este RJ das federações é filho da famosa Lei de Bases do Sistema Desportivo que o sr. Fernando Seara andou a cozinhar durante anos, especialmente quando, na qualidade de presidente da AF Lisboa, levava xitos do sr. Adriano Pinto. Adriano já cá não está mas as associações de futebol ainda não morreram, embora estejam praticamente ligadas à máquina, perdendo influência nas próprias assembleias federativas à luz do novo regime jurídico. Ora, as associações sempe mandaram na FPF, cuja distribuição de pelouros se fazia na medida dos apoios associativos conseguidos por uma nova direcção federativa. A AF Porto nunca quis a presidência, contentando-se, sabe-se lá porquê, com a arbitragem e a justiça ou disciplina. Por ali passaram, por sua indicação, Laureano Gonçalves, Fernando Marques, Lourenço Pinto e Pinto de Sousa... Há uma nova ordem que se quer estabelecer e até acho bem. Mas cuidado com as rupturas e com os burocratas. Há um histórico que deve ser respeitado e o futebol não pode ser entregue a quem entende que tudo se resolve com uma alteração legislativa ou com bitaites na televisão. Não é aí que está o substrato, se é que isso nos tempos que correm conta para alguma coisa...