Jogos na Madeira (2)


Conheci o Bruno Gouveia, quando me desloquei pela segunda vez ao Funchal.
Era o representante do Camacha para acompanhar os árbitros, no longínquo ano de 1992.
Fui nomeado para lá arbitrar o jogo decisivo entre o Camacha e o Odivelas.
E não esqueço o que o Bruno Gouveia me disse: “Para o senhor vir arbitrar estes jogo decisivo e não sendo de escalão superior, no meu entendimento vai subir de divisão.”
Dito e feito, quando terminou a época, fui um dos primeiros classificados e subi de divisão.
Primeira paragem era no hotel e apresentou-nos ao Morna que estava acompanhado com os árbitros de top daquele tempo (que nem sequer sonhava que viriam a ser meus colegas) Donato Ramos, Veiga Trigo e Carlos Valente.
Mas, voltando a este jogo, percorremos a ilha da Madeira toda, sempre com o Bruno Gouveia ao lado, que tinha uma particularidade de uma familiar próxima ser funcionária da Policia Judiciaria. Durante os dois dias nem sequer pronunciou uma palavra sobre o jogo que o Clube do seu coração iria fazer arbitrado por mim.
Mostrou-nos com orgulho a sua terra, o artesanato, a gastronomia madeirense, visitámos de automóvel a Ilha quase toda.
E, antes de eu e a minha equipa de arbitragem, entrarmos para o pelado, cumprimentou-nos e apenas disse “desejo-vos uma boa arbitragem”. E o jogo lá se fez e terminou empatado. No fim, com o Camacha a não descer de divisão, havia uns petiscos locais, já habituais naquele campo, organizado pelos sócios do clube. Ainda petiscamos antes de seguirmos para o hotel e para o restaurante do St. António, onde iríamos jantar as magnificas espetadas madeirenses.
Desde esse dia, nasceu uma amizade respeitosa com o Bruno Gouveia e sempre que me deslocava á Madeira, mesmo já como arbitro pré-internacional para arbitrar a 1ª Divisão, telefonava sempre ao Bruno Gouveia para jantar ou almoçar com a equipa de arbitragem, mesmo quebrando o protocolo