Amadorismo profissional ou vice-versa


Os portugueses que gostam de futebol são obrigados, durante a quadra festiva do Natal e do Ano Novo, a consumir de forma exaustiva a sempre sensacional "Premier League" inglesa, já que por cá alguém (com grande visão para o negócio, seguramente, mas não para o do pontapé na bola...) decretou que nesta época o melhor é dar umas férias à rapaziada que, claro, deve andar estafada com o seu árduo trabalho.

Pessoalmente... parece-me bem! E logo por duas razões bem distintas.

1 - Por mais estranho que possa parecer, um qualquer Derby County-Newcastle costuma ser mais animado e interessante que a maioria das "peladas" que os chamados grandes protagonizam por aí. E nem quero comparar um Chelsea-Aston Villa com um União de Leiria-Paços Ferreira.

2 - Se a Liga não parasse, os futebolistas estrangeiros não podiam ir aos seus países de origem, não davam entrevistas (mais ou menos "picantes"), não enviavam recados a técnicos e dirigentes e, mais importante, não tinham hipótese de ignorar as instruções dos clubes para regressar em determinado dia. Só assim, pisando o risco e "disponibilizando-se" para pagar multas, os jogadores ajudam os clubes a diminuir a folha de pagamentos. Isto devia ser alvo de elogios e não de críticas por parte dos dirigentes. E até o Governo podia condecorar os "atrasados". À falta de melhor justificação sempre poderia argumentar, por exemplo, que, desta forma, saem menos divisas para o Brasil e outras nações fora do espaço Euro.

Mas, no meio de toda esta paródia, o que mais me dá vontade de rir é saber que, enquanto os profissionais de futebol descansam entre Natal e Ano Novo (falo de jogos oficiais - não contabilizo aquele torneio de reservas que se joga a Norte - e não de treinos) os amadores e semi-profissionais da II Divisão... têm uma jornada marcada para dia 30!

O único inconveniente é que, desta forma, começo a ter dificuldade em perceber as definições de profissionalismo e amadorismo. Bom, isto partindo do pressuposto que, um dia, as entendi...