TAMOS LÁ

Hoje, na minha tertúlia, estavam todos com Scolari. Para além de considerações tácticas, o colectivo percebia a fúria e a raiva do seleccionador nacional na conferência de imprensa que abandonou. Têm razão. O que estava em causa não era a qualidade do jogo produzido pela equipa portuguesa frente à retraída Finlândia mas sim o efeito da estratégia. Vamos a mais uma fase final de selecções, a segunda conquistada por Scolari, depois do Mundial 2006 e do vice-campeonato no Euro 2004. Querem mais? Repare-se: estivemos no Mundial de 66, só lá voltamos 20 anos depois, depois de um brilharete no Euro 84. Depois, com Oliveira, no Euro 96, em Inglaterra, também honramos a camisola e o mesmo aconteceu, com Humberto Coelho, no Euro 2000. Pelo meio falhamos o Mundial de 98 mas voltamos a estar no Mundial, em 2002, na Coreia/Japão, onde foi a desgraça que todos conhecemos e que o António Boronha tem fundamentado (e bem). Ou seja, a selecção portuguesa afirmou-se nos últimos dez anos como uma selecção de top, falhando apenas um apuramento em sete. O que é que querem mais? Scolari, já se sabe, coloca um ponto final no seu percurso no comando e Portugal após o Euro 2008 e o meu colega José Carlos Freitas então irá contar, em forma de livro, as histórias que apenas foram sussurradas (ficamos à espera, com ansiedade). Mas o que fica desde já é a marca Scolari. Não estou a falar da Caixa ou do dinheiro em caixa. Estou a falar simplesmente do carisma de um condutor de homens MUITO BOM e de um treinador que não inventa e que sabe ganhar. Obrigado, pois, Luís Felipe. Era apenas isto que te devíamos ter dito quando acabou o Portugal-Finlândia.