FALEMOS DE FUTEBOL

Punk, amigo, posso dizer-te que o dia começou praticamente com um tacho de arroz de marisco no Bar Azul, ali com o mar da Boa Nova à nossa disposição, hoje chão e azul, como o famoso bar que ali resiste e onde se pode jogar matrecos no exterior e comer caracóis e caracoletas no interior.
Posto isto, vamos ao que interessa. Não vou falar da violência dos gangues juvenis em Paris - fica à tua consideração, Moreira - nem da dona Manuela Eanes a defender que as criancinhas também têm direitos e podem acusar os seus papás nos tribunais. Nem vou falar da sondagem do corta-fitas sobre o melhor colunista portuuguês pois nem é bom falar numa coisa que não inclui o melhor português nas colunas de um jornal brasileiro (o João Pereira Coutinho, o pobre, claro). Também podia falar de mais uma expulsão no PCP mas a verdade é que isto já não é notícia - como as cimeiras entre Israel e a Palestina com um palhaço no meio ou o novo operador de rede móvel que os CTT vão lançar no final de Dezembro (é o 022, disse-me, obviamente em off-record, o meu carteiro).

Ok, há um canibal em Sintra e foi preciso uma explosão para se perceber que os prédios portugueses são mal construídos.

Mas vou falar só do Manchester United. Que esteve a perder e, com toda a tranquilidade, deu a volta ao resultado, mostrando a diferença que existe entre um clube desta dimensão e outros que trazemos por casa elevados a píncaros apenas fruto da nossa imaginação.
E vou falar também daquele jogador, Had, de um país do segundo mundo que no final pediu humildemente a camisola ao jogador que carimbou o triunfo dos ingleses - não por acaso Cristiano Ronaldo, produto apenas bruto das escolas do Sporting.

Hoje só quero falar do Manchester United. A equipa da minha filha Francisca. Do meu primo Miguel. Do meu tio António. E de metade da minha rua...sobretudo a que outrora torcia por um clube que se perdeu entre o Sporting e Portugal.