UMA TARDE NA LIGA


Estive hoje na sede da Liga, onde Hermínio Loureiro fez o balanço de um ano de mandato.
Surpreentemente, responderam ao convite quase todos os presidentes dos clubes do Universo Liga.
Luís Filipe Vieira, acompanhado por Paulo Gonçalves e Sílvio Cervan, foi o primeiro a chegar e entrou directo no bar da Liga.
Pinto da Costa, acompanhado por Antero Henrique, chegou pouco depois. Mas não foi ao bar...
No auditório João Aranha - para quem não sabe, o primeiro presidente da Liga -, PC sentou-se na segunda fila. Vieira sentou-se duas filas atrás, no mesmo alinhamento.
Todos os olhos neles, portanto.
Hermínio falou durante 30 minutos. Falou da Taça da Liga, da Liga Vitalis, dos novos patrocinadores, do caminho para a profissionalização dos árbitros, da paragem de Natal que conseguiu encurtar, da baixa do preço dos bilhetes (14%), de mais de 200 alterações aos regulamentos, das punições ao jogo violento e das simulações, do Apito Dourado, ups, do Apito Dourado?!
Sim, do Apito Dourado.
PC ouviu e calou. Vieira gostou de ouvir que tudo ficará resolvido até ao fim desta época.
Hermínio garantiu, com Ricardo Costa a ouvi-lo na primeira fila, que o processo não está na gaveta. E estranhou que durante meses a fio tenha ouvid vozes responsáveis afirmarem que as instâncias desportivas nada faziam. Falou também dos entraves que a CD da Liga tem encontrado para recolher a prova analisada, classificando tal como atitudes incompreensíveis, o que o levou a formular a pergunta: "Será que os mesmos que acusavam a Liga de nada fazer não querem a Liga faça nada?" Para ainda afirmar que não é pressionável e que detesta que o pressionem.

Gostei.

O presidente da Liga anunciou ainda uma mudança de paradigma democrático. Se depender dele, os 32 clubes terão direito apenas a um voto cada. E não dois para os clubes da Liga das apostas.
Depois, revelou a intenção de organizar mais uma competição, o Torneio de Abertura, e a vontade de fusar para que possam ser introduzidos chips nas bolas e sensores nas balizas, para além de um rol de outras propostas. Confesso que achei um plano demasiado ambicioso mas o meu presidente, Carlos Oliveira, convenceu-me do contrário. "É preciso subir sempre a fasquia, só assim é que se vai lá", disse o grande líder leixonense, depois de tropeçar nas escadas.

Entretanto, Pinto da Costa ficou à conversa com Bartolomeu e Vieira saiu. Ficou no exterior mais alguns minutos, junto à roulotte ali estacionada há meses (!), a falar ao telemóvel. Pinto da Costa passou perto e, logo que pôs um pé na Rua da Constituição, um automobilista abrandou, abriu o vidro e gritou: "Campeões". Acho que Vieira também ouviu...

Ah, falta dizer que as quatro belas assistentes ofereceram aos presentes um bloco de notas, um calendário e uma 'pen'. Logo que pude, abri-a para ver se tinha a versão original do livro de Carolina. Mas não... A Carlsberg retirou-se com quase todo o stock. Bem me parecia que faltou qualquer coisa: croquetes!