RECORDAÇÕES DA CASA AMARELA

Dei um toque numa tecla qualquer e isto ficou a azul e sublinhado, também está bem, está bem de acordo com aqueles tempos em que depois de fechar o jornal íamos todos para a tainada, neste caso em minha casa, ali na Cruz de Santa Helena, bem no coração de S. Vicente, uma das grandes aldeias de Lisboa. Em destaque, já a fumar o seu cigarrito depois de limpar o prato presumo que de bacalhau, está o Mário Pereira, ups, isto afinal voltou ao normal, dizia, está o Mário Pereira e ao lado, ainda a dar ao gatilho, o João Bonzinho. O Mário é um cofineiro como eu, trabalha, e bem, no desporto do CM, enquanto o João se prepara para lançar um semanário gratuito na parceria A Bola/Público. Com o Mário vou falando, aliás fomos falando sempre, embora tenha ficado mal visto junto da sua mais que tudo quando um dia o fui depositar a casa, em Massamá, e o homem desabou quando a porta de abriu. Com o João trabalhei n'A Bola e, claro, na Gazeta, mas era ele chefe e nunca dou para dissertar sobre tudo e sobre coisa nenhuma pela noite fora. Ficaram as saudades desses anos loucos, de amizade plena, entusiasmo sempre crescente, só possível para aqueles que pensam que é possível mudar o mundo. Bem, fomos mudando alguma coisa: ficamos mais velhos e com menos cabelo... Já lá vão quase 20 anos... A barriga é apenas um bem adquirido, meus amigos.
PS - O Luís Avelãs, vulgo buldozer, reagiu a este texto, com saudades do tempo em que as reuniões de chefia e planeamento eram feitas à mesa de uma cervejaria de Alcântara, terminando com o director a mijar na rua assim que os empregados nos conseguiam expulsar da casa... Parecendo que não, eram reuniões muito produtivas e, para além do mais, pantagruélicas com o inesquecível Alberto Espinhal, Dula para os amigos.