APITO DOURADO



Aumenta a certeza de que o Apito Dourado vai mesmo para a frente. O trabalho da ECPAD (Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado) foi bastante produtivo e em apenas nove meses fez-se o trabalho que ficou em banho Maria praticamente durante dois anos. Bem se pode dizer que a equipa de Morgado acabou por salvar a pele ao procurador que deu o corpo às balas: Carlos Teixeira. Ficou provado também que com condições de trabalho a eficácia da investigação aumenta exponencialmente. Desta forma fica também salvaguardado o grande trabalho feito pela equipa da Polícia Judiciária, chefiada pelo inspector António Gomes, que conseguiu, no fundo, investigar todos estes casos, com impermeabilidade notável e uma metodologia científica exemplar. Só ainda não se percebe porque é que a equipa da PJ não avançou noutras direcções, nomeadamente apontando batarias a alguns dirigentes de clubes do Sul, presumindo-se que não o fez por entender que corria o risco de tornar ainda mais monstruoso e incontrolável este processo. De qualquer das formas, alguma coisas nesse sentido foram apuradas e talvez um dia elas possam conhecer a luz do dia. Para se perceber finalmente que o futebol português, em 2004, era um sistema viciado mas não apenas por alguns.