OBRIGADO ZÉ MANEL

Lembro-me de ver um jogo do Leixões no Bessa, salvo erro com o Benfica, com o meu amigo Manel Seabra. O jogo em si pouco nos interessou, apenas estivemos focados na forma com o nosso defesa-direito, o Zé Manel, aviava os adversários, justificando-se a sua alcunha - "o karateca". Os anos passaram e o Zé Manel tornou-se, no final do século passado, presidente do Leixões. Mal ou bem, que em Matosinhos há sempre quem seja capaz de criticar, levou o nosso clube à final da Taça de Portugal (que só podermos porque Olegário Benquerença não viu o que todos viram: Jardel em fora-de-jogo quando marcou o único golo do jogo), à 1.ª elminiatória da Taça UEFA, saiu finalmente da rua escura que era a II Divisão e, já no papel de administrador, viu também o Leixões regressar ao escalão máximo. Zé Manel Teixeira nunca foi benquisto no politburo local, mesmo quando este perdeu o Lénine de Barroselas. Eram, na minha perspectiva, pontos a favor dele... Com Carlos Oliveira no leme, tentando tirar o clube e a SAD de uma situação difícil que teve a ver também com a vida pessoal de Zé Manel, e com o desinvestimento feito pelo seu ex-sogro, o ataque subiu de tom mas o karateca resistiu e foi muito importante no passo dado na direcção da I Divisão. Não deu para resistir mais. Zé Manel Teixeira é descartado e o Leixões perde não apenas um homem que sofria pelo clube mas também alguém que sabe muito de bola. Felicidades para ele e também para o Leixões, que dificilmente encontrará alguém tão competente, tão entusiasmado e tão coerente com o seu passado...