CHALÓ


A primeira vez que ouvi falar de Francisco Chaló foi por causa do bom trabalho que estava a fazer no Pedras Rubras, que nessa época era uma espécie de satélite do Leixões. Acompanhei depois a sua ascensão para o Feirense e posterior queda, até o encontrar, no princípio deste Verão, nos estúdios do Porto Canal, onde ambos participamos num debate também com José Guilherme Aguiar (que pouco nos deixou falar...). No final, trocámos algumas impressões e confirmei o que já tinha sentido durante o debate: estava perante um homem com ideias estruturadas e ambicioso. Aliás, antes de nos despedimos o Chaló disse ao Fernando Tavares, director de informação do canal da Senhora da Hora, que estava iminente uma grande notícia. Poucos dias depois, para surpresa geral, assinava pela Naval 1.º de Maio. O presidente navalista, ícone folclórico do nosso futebol não apenas devido ao chapéu que usa e aos fatos brancos que veste, justificou a contratação com o facto de ter gostado muito do futebol praticado pelo Feirense, quando esta equipa era adversária da equipa da Figueira na Liga de Honra. Esperei para ver. Chaló acaba de ser despedido depois de ser goleado na Luz, onde até acabou em cima do Benfica. Mas já se sabia que tinha o destino traçado. Aprígio está mesmo apostado em ser recordista de chicotadas psicológicas. Quanto a Chaló, deve ver isto pela positiva, quanto mais não seja teve a oportunidade para aparecer nas grandes transmissões televisivas e nos jornais desportivos com outra frequência. O que lhe aconteceu no fundo acontece a todos. Até a José Mourinho.


Boa sorte, mister. A selva é assim...