TALENTOS


Nada pior que um talentoso armado em parvo, é o que me apetece dizer depois de ler o "bilhete postal" de Ferreira Fernandes, sob o título "Nada pior que um parvo com talento", a propósito das cambalhotas de Nani e da possibilidade do artista ficar paraplégico...

Um artista é um artista. Tem todo o direito a divagar. Também se vai ao longe assim.

Aqui deixo a crónica do brilhante FF:
Nani, rapaz. Houve um guarda-redes colombiano, bom, de quem tudo se me varreu, excepto gostar de fintar com os pés. Um dia, num Mundial, a Colômbia jogava com os Camarões, e a esse guarda-redes deu-lhe para mostrar o seu truque. Avançou com a bola nos pés, viu um velho camaronês e tentou fintá-lo. Abrevio: foi uma gargalhada e a Colômbia foi afastada pelo camaronês, quase trôpego, mas que, ele, sabia o que fazia. Do guarda-redes colombiano restou esta memória: o parvo que gostava de fazer fintas. Nani, rapaz. Mortais dos teus, melhores, mais perfeitos, a cair de costas direitas, há vinte miúdos de oito anos a fazê-los no Ginásio Clube. O Manchester foi buscá-los? No domingo, depois do golo, não te mostraram placas com números, pois não? É, Nani, não és ginasta. És avançado, daqueles que fazem golos fora da área. Isso é que te vai fazer ser recordado. Ou não. Também podes ficar como o coitado da cadeira de rodas que caiu mal ao celebrar um golo. Escolhe, rapaz.