PARA REFLEXÃO


"Não sei, espero bem que sim. Se houver provas para ser condenado, acho que deve haver coragem, pois são pessoas como as outras. Caso contrário, alguma coisa está mal. Qualquer magistrado está preparado para condenar quem quer que seja desde que os factos se provem em julgamento"
Carlos Teixeira, o procurador adjunto do Apito Dourado, na resposta à pergunta "haverá coragem em Portugal para se condenar um presidente de um grande clube?", na revista "Focus.

Teixeira, 42 anos, natural de uma aldeia do concelho de Vinhais (terra de Antero Henrique...), Rebordelo, foi o homem do primeiro impulso do Apito Dourado, quando credibilizou uma denúncia do ex-árbitro de primeira categoria Rui Mendes. Seguiu-se o trabalho da PJ do Porto sobretudo sobre a investigação dos jogos do Gondomar na época de 2003/2004. Não era vontade do homem que criou o Apito Dourado ir muito para além mas foi Teixeira quem assim o quis, correndo o risco de gerar um megaprocesso que mais tarde ou mais cedo empancaria nos tribunais. Como se vê. Deu para perceber nesta entrevista as dificuldades que Teixeira teve em desenvolver a investigação, ao ponto de lhe ter sido dado um passe para viajar em transportes públicos e um computador portátil cuja bateria não funcionava. Ou seja, nada foi feito para dar força à investigação, o que só aconteceu em Dezembro quando Morgado surgiu em cena na esteira de Carolina. De 2004 a 2007, as altas instâncias do MP boicotaram o trabalho do magistrado de Gondomar. Nem mais, nem menos. Outra questão é se Teixeira ambicionou demasiado num processo que continua a ser bastante vulnerável, apesar do trabalho feito pela equipa da morgadinha dos tribunais.