O PAPÃO

Há duas ideias, legítimas como tantas outras, que esta semana vieram a terreiro. Ideias que se podem sintetizar em duas questões: Exagerou o FC Porto nas vendas que produziu? Está o estilo de liderança de Pinto da Costa ultrapassado? Bem...
Respondendo à primeira, há pouca margem para dúvidas. Anderson prometia animar o Dragão mas 30 milhões é mesmo muita fruta e o mesmo se aplica a Pepe, esteio da defesa. Só aqui, 60 milhões de euros que oxigenam as contas portistas e permitem mesmo algumas tentativas de valorização do plantel. Quem se atreveria a fazer o contrário?
Quanto ao segundo paradigma, mais uma vez se partem de pressupostos errados, pois Pinto da Costa apenas estará ultrapassado quando morrer. O que não me parece que vá acontecer nos tempos mais próximos, apesar de o homem caminhar para os 70 anos. O "estilo de liderança de Pinto da Costa", como o nome indica, também é o...estilo de liderança de Pinto da Costa. É óbvio que o presidente portista aprendeu muito com Pedroto, um monstro, mas reduzir o seu percurso à influência do mestre é querer passar-nos a todos um atestado de menoridade intelectual. Nem Pedroto, nem PC o merecem! PC, a caminho do seu 26.º ano de presidência, continua a revelar a mesma capacidade inata para nos surpreender: desde a forma como "descobre" jogadores até à sua resistência para as diversas intempéries e adversários. O mais recente é um antigo amigo pessoal, que em 6 anos de liderança lhe conseguiu roubar um título, enquanto PC conquistava 4 e duas taças europeias. Resumindo e concluindo, Jorge Nuno Pinto da Costa, bem ou mal rodeado, mais novo ou mais velho, será sempre ele mesmo. E enquanto continuar à frente do FC Porto é garantido que os outros andarão a correr atrás do prejuízo. Os génios não se fazem por encomenda, embora às vezes se pretenda vender também essa ideia peregrina...