OS INCIDENTES DO MAR

Confesso que não estou com muita vontade de comentar o que se passou no último Leixões-V.Guimarães. Tirei cedo o cavalinho da chuva e, apesar de estar de férias, decidi que não ia. Convidar o Vitória para a apresentação da equipa foi sempre uma ideia no mínimo peregrina tendo em conta o que aconteceu na última época - com o mau comportamento dos adeptos do Leixões no primeiro jogo e a resposta dos vimaranenses no segundo. O presidente do Leixões tentou dar o salto em frente com este jogo mas não havia necessidade. Como se viu, só se agravou a situação. A crispação entre os talibãs das duas claques é um facto e o resultado esteve à vista. Também não percebo a irritação de Carlos Oliveira com as críticas dos adeptos. Não acredito que o presidente do Leixões queira que o proclamem salvador da pátria. Críticas e críticos haverá sempre, arruaceiros também e os clubes, mesmo quando se transformam em SAD, são de todos e não dependem de um homem só. Um homem só por norma é tentado a tomar decisões que até uma criança de 5 anos consideraria incorrecta. E tanto quanto conheço de Carlos Oliveira, não o considero uma pessoa estúpida. Ficou-lhe bem pedir desculpas aos adeptos do Vitória, não gostei, porém, da ameaça que deixou de abandonar a presidência. Nem o Leixões o merece, nem Oliveira é homem para largar uma criancinha dos braços.

PS - A SAD leixonense entretanto informou que pretende expulsar de associados aqueles que provocaram os distúrbios, ponderando ainda a extinção da claque Mafia Vermelha, onde, no seu entender, se podem alojar "falsos leixonenses". Ora bem. Li bem? Falsos?! Os miúdos podem ser arruaceiros mas são tão leixonenses como os outros, o que está em causa é o seu comportamento cívico. Todos sabem o que penso das claques organizadas - não viria mal nenhum ao mundo se se perdessem num buraco qualquer... - mas de aí até pôr em causa o leixonismo de quem acompanha a sua equipa há anos, faça sol ou chovam pedras, vai uma grande distância. Como a que separa o bom senso da prepotência. Ou o que afasta a humildade de reconhecer erros e a soberba de se pensar que o diabo são os outros.