EL TECLA


A contratação do argentino Ernesto Farías - assim mesmo, com assento no "i" - pelo FC Porto reforça apenas a aposta dos grandes clubes portugueses em pontas-de-lança estrangeiros. Terceiro melhor marcador argentino em actividade, Farías parece estar longe de ser um barrete do tamanho de outro chamados Esnaider ou Pizzi, ou mesmo Renteria. Os 3 grandes atacam a nova época com Purovic com garras de leão, Cardozo com asas de águia e com Farías com o fogo do dragão. De todas estas equipas, só o Sporting tem um modelo que se ajusta à utilização de dois pontas-de-lança (Liedson/Purovic e/ou Djaló) embora se admita que Jesualdo possa dar a mão à palmatória mudando o chip para o 4x4x2, com El Tecla e Adriano na boca do ataque, com Lisandro sempre a assumir-se como alternativa (parece certo que Postiga está com guia de embarque, apesar do entusiasmo que senti no presidente na última breve conversa que tivemos, em Hamburgo). No Benfica, o chinês e Nuno Gomes não satisfazem como eventual reforço do eixo ofensivo embora algo seja de esperar de Fábio Coentrão, apesar da sua juvenil irreverência. É verdade que não têm sido produzidos muitos pontas-de-lança no nosso futebol e os que saem depressa são reclicados como pontas ou vendidos para o estrangeiro (Hugo Almeida) mas está visto que é muito mais fácil recorrer ao mercado internacional, embora neste também não abundem as oportunidades para contratar os grandes matadores. Uma espécie universalmente em vias de extinção, tal como os ursos pardos.