PEREGRINAÇÃO

Hoje comecei o dia com...Scolari. O "pai da nação" veio a Matosinhos participar numa caça ao viciado no tabaco. A caçada começou na junta presidida por Parada - a figura central do "caso da Lota" - e acabou na praia de Matosinhos. Atrás de Felipão seguiu uma multidão de miúdos arregimentados pela autarquia e ao lado o treinador do Leixões, Vítor Oliveira. O objectivo passava por cobrar 20 cêntimos por cada cigarro encontrado aceso. Os miúdos aplicaram-se a fundo e a Rosa Mota encheu uma latinha. Guilherme Pinto, o presidente da Câmara, abandonou o pelotão no fim da primeira recta e quase no fim da corrida apareceu Manuel Seabra para dar um abraço ao seu antigo homem da segurança, o Parada. Ninguém viu foi o Narciso (devia estar a roer as unhas). Até o líder da oposição na junta, o arquitecto António Carlos, apareceu na parada (é aquele rapaz de azul e com boa pinta à direita na primeira fila; o que está também de azul e com uma pinta não tão boa na segunda fila à esquerda sou eu). Esta espécie de peregrinação pelas ruas de Matosinhos não é mais que a confirmação do talibanismo da nova sociedade ecologicamente pura e saudavelmente progressiva. Pregar contra esta religião começa a ser difícil porque os crentes não perguntam nada a ninguém e legislam democraticamente, seguindo o exemplo dos "States", onde, como se sabe, é proibido fumar nas praias da Califórnia. O que não quer dizer que não se fume por ali. E é isto que precisamente tem mais graça para quem tem prazer em fumar. Como no tempo da lei seca, corremos todo o risco de dobrar o prazer e até de obter excelentes colheitas. Obviamente, legalizar o consumo de haxixe é bem. Porque o "chamon", consta, faz bem ao colesterol. Ao bom, claro, pois o mau é potenciado pelo consumo de tabaco corrente.
E porque perguntar não ofende: será que o chimarrão faz bem à bronquite?

[Foto gentilmente cedida por Luís Vieira]