MATOSINHOS

Esta é uma imagem da Rua Brito Capelo, outrora o coração da vila de Matosinhos. Hoje cidade, hoje com outra centralidade, devido à mudança da Câmara para a zona do Parque Basílio Teles. O antigo concelho de Bouças há muitos anos que ganhou uma identidade e que imprimiu importantes marcas culturais. A construção do Porto de Leixões, no início do século XX, deu um novo impulso ao lugar. Matosinhos cresceu, afirmou-se pela suas frota pesqueira e pela sua indústria das conservas. Desta última conservam-se duas fábricas na zona hoje identificada por "Matosinhos Sul", de forte investimento urbanístico. Matosinhos tem 10 freguesias e, salvo erro, 18 quilómetros de costa. Desde meados do século passado que o Leixões Sport Club se afirmou como o seu mais importante emblema desportivo, com proezas diversas no futebol, no basquetebol e no voleibol (sobretudo). Depois do 25 de Abril, ali reinou Narciso Miranda durante quase 30 anos. Um incidente na lota do pescado afastou-o da liderança da Câmara e o que parecia uma desgraça afinal não foi. O novo presidente da Câmara, Guilherme Pinto, surgiu no jeito de brisa refrescante, como já se pode ver nos investimentos que estão a ser feitos na orla costeira. Com uma população na ordem dos 170 mil habitantes, Matosinhos tem tudo para suportar um clube na Liga principal. O Leixões, com cerca de 9 mil adeptos e cerca de 6 mil pagantes, tem grande margem de crescimento, assim o deixem permanecer no escalão principal. Falta, agora, melhorar as infra-estruturas do Estádio do Mar (iluminação, bancada superior...) mas a confiança no trabalho que está a ser feito pelo presidente Carlos Oliveira é imensa. O homem que veio de Águeda e que começou com uma loja de produtos naturais num obscuro centro comercial do novo centro mais uma vez mostrou que é um gestor a ter em conta. A cidade e o concelho terão agora de também fazer um esforço no apoio ao seu principal emblema, sobretudo através do envolvimento de todos no projecto. O futebol português está a mudar e, como os matosinhenses sabem, não basta fazer passar o metro na Brito Capelo para que esta ressuscite. Há que ousar mais. Sempre mais. E melhor.