VIAGEM AO KOSOVO (3)


O momento do jogo já em tempo de compensação: José Manuel Teixeira, para sempre o nosso presidente, o karateca, passa uma palheta a Henrique junto ao banco do Leixões e é expulso, o que lhe valeu a astronómica multa de 150 euros. Grande Zé Manel! É o empate. O Guimarães continua a 3 pontos. Consta que no final Cajuda disse que a sua equipa dominou por completo a partida. Deve ter visto outro jogo. O Leixões fez uma partida fantástica, de entrega total dos jogadores, com destaque para o Roberto. Os adeptos estiveram igualmente brilhantes e acabaram o jogo a cantar a plenos pulmões, depois de 3 "Heróis do Mar" à maneira. É o regresso da tal equipa fantástica e belíssima. Camisolas para a malta e ala que se faz tarde. Bem, nem por isso. Adeptos leixonenses retidos 10, 20, 30, 40, 50 minutos. Uma hora a passar e 15 minutos depois ordem para sair. Protecção completa. O medo nos olhos de muitos, apesar da festa. A polícia não nos deixa abandonar o cordão e aconselha-nos a voltar a Matosinhos nos autocarros. Eram 7, passam a ser só 6. O motorista do autocarro 6 foi atingido, depois do jogo, por uma...bola de bilhar. Tudo isto acontece sem a presença de um delegado da Liga, de um dirigente de qualquer um dos clubes, ou seja, a malta do beberete foi para casa nas calmas e nós, o sustento do futebol, ficámos ali entregues ao CI. Que cumpriu bem a sua missão. Imagem inesquecível: os "adeptos" do Vitória contidos em dois cordões policiais, espumando-se, enquanto nos encaminhavamos para os autocarros. Ainda tentamos, à nossa responsabilidade, furar o cordão e regressar ao nosso carro. Um homenzarrão com barba de 5 dias e 120 quilos de peso e com uma barra de metal na mão fez-nos voltar para trás. Autocarro a abarrotar, viagem de pé, com o comboio de autocarros a passar sentidos proibidos. Primeiras pedradas à saída de Guimarães, mais algumas nos primeiros viadutos da auto-estrada. Saldo final, todos os seis autocarros com vidros partidas mas nada mais a lamentar para além do susto. E, claro, da cabidela de coelho que continua à nossa espera. A noite acabou com um arroz de pato no "Estrela da Mar" e bifes para quem quis. Quando chegou o leite creme a adrenalina ainda corria nas nossas veias. Fomos ao Kosovo e voltamos vivos. Foi uma proeza que valeu a pena. Mas assim o futebol vai morrer, mesmo que à Vitalis suceda a Red Bull como patrocinadora da Liga de Honra.

E viva o Leixões! Matosinhos, olé!