UMA REFLEXÃO


Passei o dia a confortar os meus amigos dragões com frases do tipo "fizeram um grande jogo", "ainda é possível", "o Chelsea já não é o que era". Mas está visto que não consegui vender o meu produto. A malta não se conforma pois entende que o FC Porto podia ter ganho este jogo, colocando a equipa de José Mourinho sob pressão. Perante isto, resta-me argumentar com a excelente primeira parte dos dragões e com as diferenças abissais de orçamentos e no um para um no dérbi da qualidade. É só começar a comparar, do gigantesco Cech com capacete de protecção ao superatlético Drogba, passando pela sintonia fina de Lampard, pelo bouquet de recursos de Ballack e pelo instinto assassino de Sheva. Para não falar nessas forças de natureza que dão pelo nome de Essien e Makelele. Sim, não esquecer o "nosso" Carvalho, que no Dragão jogou à Humberto, ou seja, fazendo o seu trabalho e conseguindo empolgar a equipa quando partia com a bola controlada para o ataque, furando a primeira linha portista. Contas feitas, verifica-se que o Chelsea teve mais posse de bola (52%), fez mais remates (15 contra 10), ganhou mais cantos (4 contra 3) e cometeu mais faltas (17 contra 16), neste último aspecto com a particularidade de o FC Porto só ter feito a sua primeira falta na segunda parte aos 80 minutos. O que dá para perguntar: foi o FC Porto que não foi agressivo ou o Chelsea que fez o seu jogo posicional-passivo como mais ninguém sabe fazer? É o desafio que deixo...
PS - Continuo sem entender a razão da troca de Raul Meireles por Marek Cech.