TÁ BONITA A FESTA, TÁ

Mas que ganza! Anda tudo louco no pequeno admirável mundo velho da Comunicação Social portuguesa com a contratação de João Marcelino e o seu dream team para a Global Notícias de Joaquim Oliveira. Os tachistas do costume estão com receio de perderem o que não custa nada a ganhar, os descontentes vêem aqui uma oportunidade de fazer um refresh e as chamadas chefias intermédias temem que de algum modo possam vir a perder os 400 euritos de compensação pelo incómodo de ser capataz mas pouco capaz. Cá por mim, acho que esta é uma boa notícia para um sector em crise declarada. Não só porque vai mexer na estrutura de diversas redacções mas sobretudo porque provocará uma "nova ordem" muito interessante e que também poderá agitar um mercado que está ir a pique. Ao mexer em todas as publicações do Grupo Joaquim Oliveira, O JOGO incluído, Marcelino vai também provocar a concorrência directa e fazer com que esta dê à perna para que o já proclamado "Mourinho dos jornais" não possa um dia dizer que é ele o "The Special One" da nossa Imprensa. E não faltarão agora elogios ao novo director de publicações da Global Notícias, na perspectiva daquilo que sabem... O que eu sei é que os jornais portugueses precisam daquilo a que os ingleses chamam "o editor", ou seja, alguém que idealize o "produto" e que faça um controlo rigoroso de qualidade sobre o mesmo, não o deixando cair nos bares e nas tertúlias, onde todos são os melhores jornalistas do mundo, ou seriam se os deixassem ser, embora não façam nada por isso... Com tantos lobbies para sustentar, o mercado já deu 3 voltas sobre os suspeitos do costume e parece estar a chegar a hora de quem tem unhas tocar guitarra clássica depois de ter brilhado no acórdeão. Os primeiros e segundos violinos que se cuidem, portanto. Muita coisa tem de mudar no nosso jornalismo de papel se não se quiser perder o futuro e quanto mais não seja esta "deslocação" de Marcelino do Grupo Cofina para o Grupo Quim Oliveirinha vai agitar um ambiente fétido. E vai ser bonito ver a malta do costume a rabiar à procura do seu buraquinho quente...
PS - Com isto tudo quase esquecia o empate do FC Porto com o Chelsea. Um empate com sabor azedo porque os azuis e brancos jogaram para ganhar mas, lá está, os "blues" apanharam-se com o empate, fizeram a ronha do costume e agora preparam-se para o 0-0 em Stamford Bridge. Houve duas coisas que não percebi no jogo: a saída de Raul Meireles e a substituição do substituto Robben. Acho que Jesualdo e Mourinho se quiseram baralhar e acabaram eles próprios baralhados.