O SPORTING


Confesso que não vi o Sporting-Aves, só vi o resumo, mas pelo que vi parece-me que as melhores oportunidades de golo foram do Aves. O que só quer dizer que a equipa do profe Neca, vulgo Manuel Gonçalves, não estacionou apenas o autocarro à frente da baliza de Nuno Espírito Santos, houve ali mais qualquer coisa... O que resulta deste empate é apenas a verificação de um facto: Paulo Bento não é este ano que vai lá! Com estatuto de quase intocável em Alvalade, a verdade é que o treinador do Sporting podia e devia estar a fazer melhor - está a atrasar-se irremediavelmente no campeonato e a Europa já foi à vidinha. É pouco mesmo num clube onde o nível de exigência é baixo e explica o facto de ser o 3.º grande do futebol português desde que os cinco violinos abandoram a orquestra (ou desde que deixou de ter jogadores da craveira de Manuel Fernandes e Jordão). O Sporting está sem margem para definir novas estratégias e está claramente confuso no plano directivo, com uma guerra latente entre os projectistas de um novo Sporting e os seus moços de recados que entretanto emergiram, com os primeiros a quererem ser os últimos a ter que pegar de novo na batuta para dirigir o que não vai lá agora nem com batota. O Sporting é, por isso, um clube que se vai esvaziando e cada vez mais pressionado para conseguir mais valias com os seus melhores jogadores, o que quanto mais não seja dispensará do Tempo Extra aquele contador do Rui Santos sobre o Nani, o Liedson e o João Moutinho (já agora, não se arranja um para o Paulo Bento?)