Fórmula Jesualdo


Conheço o treinador portista há algum tempo. Acompanhei o Benfica de Jesualdo e Toni que chegou a uma final da Taça dos Campeões Europeus e conheci melhor o professor quando ele foi com Toni para o Bordéus, onde não ficaram muito tempo. Excelente conversador, melhor observador, Jesualdo já teve oportunidade de, como treinador principal, treinar dois dos três maiores clubes portugueses. No Benfica não teve tempo para mostrar serviço frente a um FC Porto preparado por José Mourinho - de quem não quis ser adjunto no Benfica... - e, depois de três anos e meio de bons serviços em Braga, num registo próximo do conseguido por Manuel Cajuda, ei-lo no FC Porto e a liderar o campeonato e nos oitavos-de-final da Champions. Pode parecer pouca coisa mas não é, embora as 3 derrotas averbadas nos últimos 4 jogos tragam para o Dragão nuvens de tempestada. Jesualdo, porém, segue a máxima de um seu amigo e gosta de andar sempre à frente da nuvem. Não vai ser fácil suportar a pressão de dois concorrentes que se insinuam no retrovisor do seu Fórmula 1, que não será propriamente um topo de gama mas já mostrou ser capaz de boas acelerações. O professor sabe de futebol, sabe como motivar os jogadores, falta apenas saber como encaixou na estrutura portista e como o balneário está a reagir às suas medidas e contra-medidas, estando por contar a verdadeira história de Adriano, o melhor ponta-de-lança do FC Porto que foi transformado em última opção, surpreendentemente atrás do "handicapado" Tomo Sokota. A pressão no FC Porto de hoje não se mede apenas pela tabela classificativa, mede-se também pelas viagens das equipas de Maria José Morgado ao Porto e por um naipe de árbitro claramente complexados por todo este imbróglio. Mas o futebol é um jogo altamente improvável e no campo talvez seja possível, com a ciência do professor e o seu bom senso, conseguir manter a liderança até à última volta do campeonato. Convém, porém, que a equipa da boxe esteja bem preparada para qualquer eventualidade...