Orgulho


A eleição de Michel Platini para a presidência da UEFA está a ser vista como o fim do tecnocracismo na principal estrutura futebolística europeia. A mesma que conseguiu passar mais ou menos indiferente aos protestos do famoso G-14 e que transformou a Champions numa competição de grande sucesso, não se podendo esquecer que deu a Portugal a organização do Euro 2004. Entre um sueco, o gigantesco Johansson, e um francês, o apalhaçado Platini, a escolha parece lógica mas parece que chegou o tempo de dar aos antigos praticantes aquilo que eles nunca fizeram: dirigir um negócio. Nesse entretanto, Gilberto Madaíl escapou ileso da guerra presidencial e conseguiu o seu lugarzito na comité executivo da UEFA, facto que também tem tido uma leitura que considero simplista: foi uma vitória pessoal e uma vitória de Portugal. Convém não esquecer que não é a primeira vez que Portugal tem um membro no comité executivo da UEFA - Silva Resende também já por lá passou e não consta que com grandes resultados... - mas a memória é curta e o que importa para já é o "orgulho". Ora, todos sabemos muito bem para que serve o "orgulho" quando nada mais resulta de prático e positivo. E olhando para os outros membros do comité executivo da UEFA depressa percebemos que é, de facto, um orgulho estar num grupo que inclui um ucraniano, um russo, um cipriota e um representante dessa grande potência futebolística que é a ilha de Malta, para além de um italiano e de um alemão. Madaíl, registe-se o facto não divulgado pelas fontes do costume, teve apenas 27 pontos, tantos como o representante de Malta, enquanto Villar, de Espanha, foi eleito com um total de 42 votos.


Vamos ver no que isto dá. Ou não dá.