UM DIA EM GONDOMAR

Advogados, mais de 40. Acusados, menos de 10. Valentim Loureiro abriu o dia em Gondomar mas para esclarecer aquela história da boleia de Durão Barroso a Pinto de Sousa, numa trip a Moçambique. O major não se explicou bem e as televisões que chegaram tarde passaram o dia a dizer que Valentim quer que tudo se resolva no julgamento, quando o que o major disse foi que gostaria de ser absolvido antes mesmo de o julgamento começar, ou seja, na fase de instrução que está a terminar. Enfim. À tarde, uma parada de advogados, alguns deles estrelas dos nossos tribunais, outros nem por isso. Foi o primeiro confronto entre este batalhão de causídicos e o procurador adjunto Carlos Teixeira. A coisa esteve preta. O jovem juiz Pedro Miguel Vieira teve de ser o árbitro. No fim, defesas confiantes num bom desfecho: a desmontagem da acusação. Esta, obviamente, sem se pronunciar. Mas uma frase ficou-me no ouvido: "Isto é tudo show-off, julgamento à vista". Será mesmo? Não deve ter sido isso que os advogados disseram aos seus clientes, concluída uma sessão de quase sete horas com um intervalo para uma cigarrada e outro para comer umas bolachinhas que o tribunal encomendou na confeitaria "Douradinha".
PS - Na foto de Manuel Araújo, meu companheiro de estrada, pode ver-se o "je" (é aquela mancha vermelha em pose de craque brasileiro em dia de apresentação) rodeado pelos dois jornalistas que mais sabem sobre Apito Dourado...e não só.