Évora


Este fim de semana estive em Évora, que se anuncia como património mundial. Évora não nos mente. Tem mesmo para oferecer património e humanidade. Não falo do Templo de Diana ou das inúmeras igrejas, falo das ruas estreitas, dos pátios cheios de arabescos e de árvores de fruto e falo também deste Outono manso que se seguiu às cheias que ainda se notam na Vala Real ou na ribeira de Muge (que ficam em caminho). Estive num casamento com música de viola e flauta, vinho do Dão e vinho alentejano, queijos curados e farinheiras fritas. Para mim chegou. Sou um moço que se contenta com pouco, se por pouco entendermos o muito que a nossa terra ainda nos pode dar. "É o que se leva desta vida", dizia alguém. Concordo a "100 por cento", como se diz agora. Apesar das quilómetros e do "stress" que às vezes os casamentos geram (o que nem foi o caso), estes dois dias em Évora deram para reencontrar o que de melhor Portugal tem para oferecer aos portugueses. Aceitem, pois, a sugestão: em vez de se meterem no cinema ou na casa dos sogros, na próxima oportunidade tirem o azimute de Évora. E se quiserem comer e beber tarde, tomem o caminho do "Molhobico" mas tenham cuidado com a sopa de pedra e com sonos e digestões difíceis.