Falsos profetas

O sr. director de O JOGO vem hoje, em editorial, criticar os jornalistas que estiveram na conferência de imprensa de Jorge Costa, acusando-os de terem feito perguntas que o capitão não merecia e de lhe tentarem EXTORQUIR uma resposta sobre o seu confesso desejo de um dia ser presidente do FC Porto. O sr. director de O JOGO, que há muitos anos não sabe o que é fazer jornalismo no terreno, não esteve presente na dita conferência de imprensa e com certeza não ouviu tudo o que Jorge Costa disse. O capitão não podia ser mais explícito ao formular o desejo de continuar no futebol como dirigente, preferencialmente no FC Porto e na liderança do clube. É um desejo legítimo e que não choca com o actual estatuto de Pinto da Costa. Só é chocante para quem por norma gosta de ser mais papista que o próprio Papa. Por muito que custe, o jornalismo ainda se faz numa lógica do interesse público e do que é realmente interessante, não se limita à faceta de recoveiro. De perguntas de encomenda já estamos todos um bocadinho fartos. Os jornalistas que estiveram presentes na dita conferência, entre os quais me incluo como parte activa, cumpriram apenas o seu papel. Como nada devem a ninguém, continuam de consciência tranquila. Mas uma coisa é estar na vida de forma descomprometida e outra pactuar com críticas parôlas. Daí a razão desta croniqueta.