FALÁCIAS


A época futebolística de 2003/2004, aquela que foi varrida pela operação "Apito Dourada", teve não apenas o FC Porto como campeão nacional (e europeu). O Benfica ganhou a Taça de Portugal e o Gondomar subiu à Liga de Honra. Das escutas directamente relacionadas com os jogos do Gondomar resultaram outras. Por exemplo, Valentim Loureiro viu interceptadas centenas de chamadas que fez e que recebeu durante toda a época. Pinto da Costa também acabou por integrar o clube. Mas, curiosamente, outras figuras que apareciam com frequência na "sala de cozinhados" não tiveram essa graça e as escutas que hoje existem e que lhes dizem respeito são apenas consequências de conversas com determinados "alvos" (é o termo técnico que se usa). Quem conhece o processo - e ninguém para além do procurador Carlos Teixeira o conhece na sua totalidade -, resulta uma ideia-mestra: toda a gente queria escolher os árbitros e os árbitros assistentes e quem tinha mais influência até tentava controlar os observadores dos mesmos, que são, como se sabe, os seus avaliadores, determinando subidas e descidas e as cobiçadas internacionalizações (não apenas dependentes da influência do senhor Michel Vautrot). Tudo isto é fado, por outras palavras condenável. Mas a verdade que o futebol português é isto mesmo há muito anos, mesmo antes da Liga começar a "organizar" os dois principais campeonatos. Os beneficiados são sempre os mesmos: os clubes mais influentes e poderosos. Querer ver neste grupo anjos e demónio é uma falácia. Ou uma tentativa de fuga para a frente...