O MAJOR (versão moderna)

Mais uma grande época do nosso major. Mesmo arriscando muito, ao usar um critério técnico e disciplinar lato, Pedro Henriques passou mais uma prova de fogo, quase indiferente aos saloios do costume. E por saloios entendam-se não apenas os pacóvios de Oeiras. Num país avesso à mudança, nepótico e anedótico, onde falar de alternância de poder é quase como falar de bares de alterne, quiçá pior, Pedro Henriques não passa de um "outsider". Sem nada a perder, sem hipóteses de conseguir os galões de internacional devido aos 40 anos que já soma, o árbitro lisboeta definiu o seu estilo e defende-o com unhas e apitos (poucos). PH deixa por marcar muitas faltas mas são muitas mais as "faltas cénicas" que não valida que as primeiras. O saldo é sempre positivo. É estranho que alegadas "mentes abertas" do nosso futebol, que no fundo não passam de mais do mesmo, continuem a zurzir no Pedro como se este fosse responsável por todos os males da arbitragem. Não é. O major é apenas um árbitro anti-sistema, não participa nas manobras da NATO (Não Apites Tudo Otário) e que se saiba não tem padrinhos ou empresas associadas a negócios futeboleiros. PH é um dos poucos árbitros modernos do nosso futebol, é a pedrada no charco. Acontece apenas que quando a pedra cai na água acaba sempre por sujar alguém. E são sempre aqueles que estão mais sujos que mais protestam.